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O salto da China para o futuro automatizado: além da energia limpa, dos táxis voadores e das entregas de robôs

A China já não está apenas a adoptar tecnologias de ponta, como drones, robôs e veículos autónomos – está a implementá-los activamente em grande escala, remodelando a vida urbana e com o objectivo de dominar o panorama global de energia limpa. Desde frotas de entrega autónomas a carros voadores experimentais e robôs de troca rápida de baterias, o país passou da experimentação para a implementação no mundo real, apoiado por um enorme investimento estatal e por uma política industrial excepcionalmente ambiciosa.

A Escala da Transformação

Ao longo da última década, a China investiu biliões numa visão em que a electricidade limpa alimenta não apenas os veículos eléctricos (VE), mas também sistemas inteiramente novos de transporte e logística. As vendas de veículos elétricos agora excedem consistentemente 50% das compras de carros novos, com modelos disponíveis por apenas US$ 9.000. A infraestrutura apoia esta mudança: mais de 18,6 milhões de estações de carregamento públicas já estão instaladas, eliminando a “ansiedade de autonomia” que retarda a adoção de VE noutros locais. Os próprios automóveis estão a tornar-se plataformas digitais totalmente integradas, alguns até com karaoke integrado para os passageiros.

Não se trata apenas de carros. A China está a criar protótipos e a implementar tecnologias a uma velocidade incomparável a outras nações. O objectivo é claro: tornar-se o principal fornecedor mundial de soluções de energia limpa, não apenas de componentes, mas de sistemas completos. Esta ambição é alimentada por economias planeadas pelo Estado e por dívidas enormes.

Testes no mundo real: Hefei e além

Cidades como Hefei, aproximadamente do tamanho de Chicago, servem como campos de testes. Táxis voadores (sem pilotos), caminhões de entrega autônomos e refeições entregues por drones não são mais conceitos, mas protótipos funcionais. Embora não seja isenta de soluços, a escala da experimentação não tem precedentes.

A entrega por drones, por exemplo, está sendo usada em hospitais para transportar suprimentos de emergência, como sangue, demonstrando uma aplicação prática que vai além da conveniência do consumidor. Os retalhistas prevêem uma redução do congestionamento do tráfego através das redes de drones, mesmo que os actuais testes com os consumidores não sejam fiáveis ​​– como evidenciado por um sinal num restaurante que afirma sem rodeios: “Não encomende, não entregará”.

Ferrovia de alta velocidade e impulso à infraestrutura

A rede ferroviária de alta velocidade da China, que se estende por mais de 30.000 milhas, exemplifica as suas ambições infra-estruturais. O sistema transporta passageiros a velocidades superiores a 350 km/h, mas a sua construção teve um custo: quase 900 mil milhões de dólares em dívidas, em parte devido aos preços artificialmente baixos dos bilhetes. Apesar da pressão financeira, a rede ferroviária é significativamente menos poluente do que os métodos de transporte alternativos e facilita viagens intermunicipais rápidas.

Sistemas Autônomos e Integração Urbana

Wuhan, outra grande cidade, está a implementar centenas de táxis sem condutor, embora a sua operação permaneça restrita em áreas congestionadas, como estações ferroviárias. Os fabricantes de automóveis ainda são obrigados a realizar testes extensivos antes de a condução totalmente autónoma ser permitida, mas o progresso é evidente. Caminhões robóticos de entrega já estão em operação, mesmo em áreas rurais, navegando ao lado do gado nas estradas.

As cidades também estão a investir fortemente em infra-estruturas de metro, utilizando máquinas automáticas de perfuração de túneis e estações pré-fabricadas para construir redes de forma mais rápida e barata do que nunca. Quase 50 cidades chinesas têm agora sistemas de metrô, em comparação com apenas uma dúzia nos EUA.

As compensações e as implicações globais

A vontade da China de assumir riscos – incluindo operar veículos autónomos apesar de acidentes ocasionais – distingue-a. Embora um incidente fatal envolvendo um carro autônomo em São Francisco tenha prejudicado a percepção do público, a China mantém um controle mais rígido sobre as informações, permitindo uma rápida iteração e implantação.

O sucesso da ferrovia de alta velocidade construída na China noutros países tem sido misto, destacando os desafios de exportar estes sistemas para diferentes ambientes regulamentares e logísticos. No entanto, o investimento agressivo do país e a vontade de experimentar posicionam-no como líder global em tecnologias automatizadas, quer funcionem perfeitamente ou não.

O impulso incansável da China em direção a futuros automatizados pode não ser universalmente aplicável, mas a sua escala e velocidade estão a remodelar o cenário global, forçando outras nações a adaptarem-se ou a ficarem para trás.

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